Godofredo de Oliveira Neto

"A esquisse do Bosch é falsa, a verdadeira nunca saiu de Veneza. Tio Domênico foi encontrado morto em um hotel de São Paulo, amarrado a uma cadeira, nu, com uma peruca loira comprida(...) Mas quem o amarrou e por quê?" O romance se passa nos dias atuais em N. York, Veneza e Florianópolis. Luigi vai a N. York em busca de um esboço de autoria do pintor Bosch, guardado no cofre de um banco americano. Esse esboço do século XVI está com a sua família desde o início do século XX. Lá chegando, descobre que o quadro está em Veneza com um membro distante da família. Após encontros malogrados e estranhos, com a realidade se fundindo a cenas imaginárias e alucinantes, resta a Luigi o conforto afetivo de Florianópolis que, no entanto, lhe é sinônimo de ciúmes opressivos. Ana Julia parece lhe escapar. Ele foi manipulado pela família? Pelo tio mafioso ou pelo primo sem escrúpulos? O vírus respiratório que assola o mundo potencializa o seu estado melancólico? Publicado em outros países com o título de Esquisse, palavra francesa radicada remotamente no italiano schizzo, de provável origem onomatopaica, a ideia geral deste romance é que a obra literária desenvolve-se a partir de um esboço e pode render mais, como, aliás, o autor demonstra sobejamente na habilidade com que tece as tramas e conduz os personagens. Ousado e demolidor, O desenho extraviado de Hieronymus Bosch alinha-se às pequenas grandes obras desses tempos tão velozes.

O desenho extraviado de Hieronymus Bosch

O livro conta a história de Ana, índia da nação Nauá, educada em um colégio religioso em plena floresta amazônica. Aos poucos, a jovem índia - dividida entre o mundo da oralidade, herdado de sua tribo, e a religiosidade, imposta pelo sistema educacional - divide com os amigos as aventuras fabulosas tantas vezes ouvidas de sua mãe. Mas como quem conta um conto aumenta um ponto, a história vai sendo modificada pela influência que Ana recebe das freiras salesianas.

confissões de uma jovem Nauá

Ana e a margem do rio

José Roberto Torero

Maria Teresa Horta

Henrique Rodrigues

Silviano Santiago

Jorge Marques

Júlio Emílio Braz

Anna Claudia Ramos

Pedro Eiras

Cidinha da Silva

Gonçalo M.Tavares

Jeferson Tenório

Marcos Pasche

Marisa Oliveira

Thiago Carbonel

Beatriz Roscoe

Divanize Carbonieri

Luciano Nascimento

Luiz Guilherme Barbosa

Adriana Armony

Anna Maria Mello

Dani Balbi

Flávia Six

Leonardo Neto

Luis Maffei

Luiz Roberto Guedes

Rogério Athayde

Silvia Barros

André Argolo

Camila Perlingeiro

Elika Takimoto

João Pedro Fagerlande

Monique Brito

Patrícia Nogueira

Ramon Ramos

Sonia Rosa

Alex Castro

Antônio Schimeneck

Luciany Aparecida

Leonardo Tonus

Quarenta em quarentena é um projeto ambicioso: em plena pandemia de COVID-19, a editora Oficina Raquel convidou 40 autores e autoras para realizarem a transposição artística da temática que se tornou dominante na vida de toda a humanidade em 2020. Escritas no calor da hora, mas em estágios diferentes da pandemia, como é possível notar a partir da leitura das histórias, as produções abordam a finitude e a tristeza, mas também a esperança e o afeto.

Quarenta em quarentena

Godofredo de Oliveira Neto

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