O dia em que a poesia derrotou um ditador
"Em uma narrativa cadenciada e com uma linguagem simples, Skármeta coloca em ordem a tragédia e a esperança daqueles tempos confusos." – El País Em O dia em que a poesia derrotou um ditador, acompanhamos o cotidiano de duas famílias cujas vidas estão íntima e irrevogavelmente ligadas à história do Chile e a seu despertar para a liberdade. Em uma quarta-feira de 1988, Santos, professor de filosofia de uma das escolas mais tradicionais de Santiago, é levado pela polícia durante uma de suas aulas. Prisões como aquela não são raras no Chile de então, mas para Nico, que assiste à cena junto aos outros alunos, dessa vez é diferente. Ele é filho do professor, e a partir desse momento a única coisa que pode fazer é encontrar uma forma de ter o pai de volta. A namorada de Nico lhe dá apoio, mas a família de Patricia Bettini também sente os efeitos da ditadura instaurada em 1973. Seu pai, Adrián Bettini, outrora um bem-sucedido publicitário, agora é boicotado pelo regime e sobrevive fazendo pequenos trabalhos informais. Uma luz aparece no fim do túnel: pressionado pela comunidade internacional, Pinochet anuncia um plebiscito pelo qual a população decidirá se o general pode ou não concorrer a um novo mandato. É a chance de Adrián retomar sua carreira, e de Santos, como tantas outras vítimas da repressão política, encontrar a liberdade. Enquanto Nico procura notícias sobre o paradeiro do pai, temendo a todo instante receber a pior delas, Adrián assume a campanha do "Não" à reeleição de Pinochet. Ele tem apenas quinze minutos de propaganda na TV para transformar a história do Chile. Quinze minutos, contra os quinze anos de Pinochet à frente do país, para convencer uma nação de que vale a pena lutar pela democracia. Em O dia em que a poesia derrotou um ditador, Antonio Skármeta, um dos principais autores chilenos das últimas décadas, tece, com sua prosa delicada, uma narrativa impactante sobre a relação entre pais e filhos em momentos difíceis da história e sobre como a alegria conseguiu devolver as cores a um país silenciado.
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Camila@camilacarneiro