Pretérito imperfeito
A adoção de um bebê por um casal que não consegue ter filhos é o fato fundador de Pretérito imperfeito, romance em que B. Kucinski conta a história de uma paternidade que começa intensa e amorosa e termina em destroços. A derrocada tem início na adolescência do menino, marcada pelo envolvimento com maconha, crack e anfetaminas, um processo descrito pelo narrador como uma busca frenética de um paraíso artificial. Entrelaçam-se nessa história de vida três situações limite: a adoção, a dependência química e o racismo. O pai narrador se pergunta: “Teria sido possível em algum momento barrar o curso dessa história? Ou estava tudo escrito no livro do destino?”. A abordagem é minuciosa e sutil, porém o estilo é seco e duro. O resultado é um texto pungente, que confirma o lugar de B. Kucinski como um dos escritores mais destacados da atualidade.