O queijo e os vermes

O queijo e os vermes O cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição

Narrando a vida de um obscuro herege do século XVI, Ginzburg escreve uma história envolvente sobre a cultura popular e erudita na época da Inquisição, quando cosmogonias como as formuladas pelo moleiro Menocchio eram motivo de condenação religiosa e moral. Ao pesquisar uma seita italiana de curandeiros e bruxos, o historiador Carlo Ginzburg deparou-se com um julgamento excepcionalmente detalhado. Tratava-se do depoimento de Menocchio, um moleiro do norte da Itália, que no século XVI ousara afirmar que o mundo tinha origem na putrefação: "Tudo era um caos, isto é, terra, ar, água e fogo juntos, e de todo aquele volume em movimento se formou uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos". Graças ao fascínio dos inquisidores pelas crenças desse moleiro, Ginzburg encontrou farta documentação, a partir da qual pôde reconsturir a trajetória de Menocchio num texto claro e atraente, e desembocar em uma hipótese geral sobre a cultura popular da Europa pré-industrial. "O trabalho de reconstrução é brilhante, o estilo extremamente agradável e, ao fim do livro, o leitor que seguiu os passos de Carlo Ginzburg, em seu passeio através da mente labiríntica do moleiro de Friuli, abandonará com pesar a companhia dessa estranha personagem." The New York Review of Books
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Bárbara Deoti@barbaradeoti
5 stars
Sep 8, 2021