Lifelong learners – o poder do aprendizado contínuo Aprenda a aprender e mantenha-se relevante em um mundo repleto de mudanças
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A melhor maneira de navegar pelo mundo em que vivemos é utilizar um olhar de antropólogo curioso: estamos genuinamente interessados em conhecer a realidade e o ponto de vista do outro. E fazemos isso sem julgamento, abertos para a novidade.

Para Bretas, você deve compartilhar o seu aprendizado: “Porque você consolida o conhecimento que construiu e organiza melhor suas ideias. Porque outras pessoas podem se beneficiar de seus aprendizados. Porque você começa a criar comunidade, e assim aumenta as chances de encontrar pessoas com interesses afins. Porque compartilhar significa deixar suas ideias interagirem com o mundo real, e é lá que elas provarão sua utilidade ou não”.

Você só consegue aprender com outras pessoas se conseguir integrar suas experiências com as dos outros. Para isso, é importante abstrair de suas crenças estabelecidas e de suas experiências individuais e reconhecer que o mundo que você ignora tem mais conhecimento do que sua história de vida.

Aprender não é adquirir conteúdo, mas explicitá-lo por meio de uma performance melhorada.

Aprender é uma atividade que demanda esforço e humildade intelectual. É mais fácil pular de cabeça em um assunto no qual você queira muito se desenvolver do que em um tema que você não acha interessante, mas é fundamental para uma eventual promoção. Só deixe que o seu emprego defina o que você quer aprender se você amar a sua empresa (ou a sua carreira).

Há uma diferença importante entre a vida há duzentos anos, quando o modelo escolar foi estruturado, e a vida de hoje. O mundo deixou de ser complicado e passou a ser complexo. Naquela época, o papel do ensino formal era organizar e estruturar o conhecimento para ficar mais fácil aprender. E, ainda assim, era questionado desde o início.
Em ambientes complexos, isso deixa de funcionar. Uma coisa é aprender a fazer um relógio. É uma atividade complicada, mas é possível dividi-la em pequenas partes e estruturar um passo a passo para ensinar alguém. Criar um filho ou gerenciar um time é uma atividade complexa. A rigidez deixa de fazer sentido. Uma estrutura formal de conhecimento pode ajudar, mas não o suficiente. Só a vida real, ou o aprendizado informal, podem ensinar de maneira verdadeira.
Legal a diferenciação que o autor faz entre atividades complicadas e atividades complexas, como hoje em dia o sistema educacional de 200 anos atrás, criado para ensinar o que era complicado, faz menos sentido.

Aprender não é adquirir conteúdo, mas colocá-lo para fora com um desempenho diferente de como você começou o processo ou com uma nova visão de mundo. O único ambiente em que você pode experimentar o conhecimento adquirido é a vida real, fora do ambiente formal. Sem uma vivência real, é muito difícil dizer que o aprendizado ocorreu.

Mesmo para meus filhos, ainda no final da primeira década de vida, aprendizado real é o que acontece na escola. Essa é a grande referência para a maioria dos adultos. Com isso, uma grande parte do aprendizado que ocorre na nossa vida não é percebida como verdadeira ou relevante.
Tendemos a nos concentrar no aprendizado formal, aquele definido pelas práticas da sociedade em que vivemos, e desconsiderar quanta coisa aprendemos no dia-a-dia, informalmente.

Quando realizado com autonomia e interesse, o aprendizado proporciona uma relação de causa e efeito de mão dupla com a motivação. Aprendemos porque nos sentimos motivados e, com isso, queremos aprender mais, em um ciclo sem fim.

É interessante perceber que a autonomia é uma conquista da idade adulta. Como bebês e crianças, somos totalmente dependentes. Essa submissão gera conformismo, crença na autoridade, rigidez e a expectativa de ser direcionado pelo outro. A obtenção da maturidade está, portanto, relacionada à independência.

Ser autodirigido não é a mesma coisa que aprender sozinho. A presença ou não de outras pessoas no projeto – inclusive professores – é uma escolha de cada um a partir da necessidade percebida.

Esse é o poder do aprendizado: promover uma motivação tão intensa que não queremos fazer nada que não esteja relacionado a ele.