Como se fosse um monstro
Em seu segundo romance, Fabiane Guimarães explora os limites da maternidade, da escolha feminina e da expectativa social. Brasília, décadas de 1980 e 1990. Uma jovem sai do interior para trabalhar como empregada doméstica na casa de um casal rico na cidade grande. Lá, enquanto tenta entender a dinâmica diária dos dois, ela começa a ver algumas meninas passando diariamente para algum tipo de entrevista a portas fechadas. Depois de meses sem achar a escolhida, o casal finalmente faz a proposta a Damiana (apesar de acharem o tom da sua pele um pouco mais escuro do que gostariam): que ela seja barriga de aluguel para eles. Damiana aceita sem entender muito bem, passa por uma inseminação artificial caseira e um quase cárcere privado de nove meses. Depois que o bebê nasce, ela conhece Moreno, um "especialista" nesse tipo de negócios que explica quão inconsequente foi aquela decisão e sugere que os dois passem a trabalhar juntos. A história de Damiana — uma das barrigas de aluguel mais produtivas da década — e sua relação com a maternidade, o próprio corpo, as vidas que impacta e a rede clandestina de produção de bebês é contada a uma jornalista quando ela já está idosa, vivendo novamente no campo. Um romance envolvente sobre o que significa tomar decisões e como elas impactam a vida dos outros, Como se fosse um monstro é uma reflexão única sobre a maternidade, a culpa e o direito de escolher.