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Depois de ler O Lugar do Morto e A Sociedade dos Sonhadores Involuntários alguém me sugeriu a leitura deste livro, por considerarem que O Vendedor de Passados era o melhor que Agualusa escreveu. Tenho de confessar que não me lembro que me disse isto mas lembro-me que, quando vi que este livro estava a circular no âmbito do livro secreto, fiquei ansiosa para que me chegasse às mãos para que pudesse comprovar o que me disseram. Bem... é verdade. Pelo menos comparando com os outros dois que li, Agualusa, neste Vendedor de Passados encantou-me. Primeiro encanto do livro, o narrador. Entre os narradores dos livros que li, temos um narrado pela Morte, outro narrado pelo próprio Livro, e este, entra para esse top de narradores diferentes com uma Osga... Ao chegar-mos a velhos apenas nos resta a certeza de que em breve seremos ainda mais velhos. Dizer a alguém que é jovem não me parece uma expressão correcta. Agualusa, também neste livro, faz uma critica acérrima à sociedade angolana, do presente e do passado, um povo à procura da sua identidade, do seu passado. Félix, um negro albino, vende exactamente isso. Passados a quem deles precisa por alguma razão. Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre. Uma história original, sem dúvida, numa escrita própria (que, eventualmente, nem toda a gente gostará) mas que, sem dúvida se aprende a apreciar aos poucos. Ainda bem que optei por não desistir da leitura de Agualusa porque este Vendedor de Passados conquistou-me por inteiro.




