Reviews

Não é segredo para ninguém que eu gosto de literatura do fantástico e que Juliet Marillier é uma das minhas autoras favoritas. E, mais uma vez, não acabei o livro desiludida. Ao invés, fiquei ansiosa para que saia o segundo volume desta trilogia. Blackthorn, uma curandeira (ou mulher-sábia) foi presa por Mathuin por ter levantado a sua voz contra ele, mostrando, ao povo, que, tanto o líder do clã como o seu filho, violam impunemente as mulheres, engravidando algumas e desfazendo-se delas quando já não lhes servem. Durante um ano, a única coisa que fez com que Blackthorn aguentasse os calabouços onde nem a luz do sol consegue ver, bem como e a violência dos guardas, foi saber que, no solstício de verão seria ouvida no conselho. Mas na véspera desse esperado dia, o Carrasco avisa-a que irá morrer nessa noite para que não seja ouvida. Mas Conmael propõe-lhe um acordo para se escapar à morte e à prisão - mudar-se para Dalriada e, durante sete anos, aceder a todos os pedidos de socorro que lhe sejam dirigidos, seja por quem for, e não tentar vingar-se de Mathuin. A custo, Blackthorn, aceita o acordo. Grim, companheiro de Blackthorn nos calabouços, acaba por se conseguir escapar das celas na mesma altura que Blackthorn, acompanhando-a na fuga e na viagem para Dalriada. Sem nunca revelar as razões pelas quais foi preso, e sem perguntar a Blackthorn porque razão odeia tanto Mathuin, acaba por se tornar no braço direito da mulher sábia, sem que ambos se apercebam o quanto se tornam inseparáveis. Oran é um príncipe diferente. Respeita a população, preocupa-se verdadeiramente em ser justo e tenta conhecer todos os que o servem. Quando chega a altura de se casar, a sua primeira preocupação é conhecer a noiva, Flidais, nem que seja por carta. E acaba mesmo por se apaixonar por ela apesar de nunca a ter visto. Quando Flidais chega a Dalriada, resolve, com Ciar, a sua criada, tomar um banho no Lago dos Sonhos. Ciar acaba por morrer afogada e Flidais, daí para a frente, não é a mesma. Oran estranha e acaba por pedir ajuda a Blackthorn e a Grim para descobrir o que se terá passado. Só que a resposta pode não ser a que ele espera. Toda a história é contada a três vozes - Blackthorn, Grim e Oran - o que torna o livro ainda mais interessante. Principalmente porque a autoria (com a qualidade que lhe reconheço) consegue que cada personagem "escreva" de forma diferente. Grim escreve em frases mais curtas, de quem não teve a educação esmerada de Oran e Blackthorn escreve duma forma mais sábia. Esse detalhe acrescenta bastante valor ao livro. Depois temos, pelo meio, várias histórias envoltas numa só. A história pessoal de cada um dos narradores, o casamento de Orin e Flidais, a história de Ness - uma das pessoas que Blackthorn ajuda. Entrelaçam-se as histórias, sem dificuldades e, no fim, ficamos com vontade de ir buscar o segundo volume para ler de seguida. Só que ainda não saiu e teremos de o esperar... Mais sobre os meus livros em http://stoneartportugal.blogs.sapo.pt/

