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Já o tinha lido nos anos 1990, e novamente quando andei a ler as obras de Dostoiévski, entretanto voltei aqui por causa de Agota Kristof, e vi que não estava marcado como lido. Aproveito para deixar algumas palavras, poucas, que é apenas um panfleto de poucas páginas, ainda que talvez seja o livreto mais pequeno com maior impacto na História. Marx e Engels começam por descrever o funcionamento da sociedade em pleno século XIX, nomeadamente os impactos da Revolução Industrial na criação de uma nova classe, a burguesia, e o modo como a sua ação comercial cria o capitalismo que substitui o feudalismo, continuando contudo a menosprezar a classe proletária. Assentes na análise histórica, e convencidos da materialidade como a principal responsável pela moldagem do humano, defendem o fim das classes sociais. É pena que para um fim, aparentemente tão nobre, defendam a violência e o despotismo. Naquela altura, pode ter-se lido este texto como mero manifesto, mera opinião diletante, Marx tinha apenas 30 anos, mas a verdade é que muito daquilo que vem neste manifesto foi levado a prática, não apenas em 1917 na Rússia, mas repetidas vezes ao longo do século XX, e ainda muito recentemente na América do Sul.