Vislumbres de um futuro amargo
A ficção científica dá espaço para imaginar uma gama de futuros possíveis — não prevê-los, como pensam alguns, mas extrapolar possibilidades. Em Vislumbres de um futuro amargo, reunimos autores e ilustradores para imaginarem futuros baseados nas premissas do físico Stephen Hawking — inteligência artificial, conquista do espaço, edição genética, mudança climática e contato com alienígenas. O resultado: os seis contos contidos nesta coletânea, cada um acompanhado de duas ilustrações exclusivas. Em "Antônio do Outro Continente", Anna Martino fala sobre as relações entre a Terra e as colônias nos satélites artificiais que parecem estranhas como nacionalismo e pátria quando se vive num pedaço de metal acima do planeta. Em "Corra, Alícia, Corra", Lady Sybylla descreve a história de um futuro em que humanos vivem no subterrâneo e uma jovem sonha em ver a superfície do planeta. Já Waldson Souza, em "Eletricidade em suas veias", traz um conto afrofuturista com criaturas místicas e androides, passando pela evolução da sociedade humana. Lu Ain-Zaila traz alertas bem atuais relativos à segurança de dados e algoritmos que moldam nossas vidas, em uma aventura de tirar o fôlego no conto também afrofuturista "Eu, Algoritmo". Em "O Pingente", Cláudia Fusco conta a história pelo ponto de vista de uma inteligência artificial responsável por cuidar de uma criança humana e acompanhar seu desenvolvimento, ficando no limiar entre uma máquina com funções específicas e uma amiga que faz parte da família. Por último, Roberto Fideli fecha a coletânea com "SIA está esperando", uma emocionante história de uma nave de combate espacial que cai num planeta desconhecido e precisa salvar sua tripulação.