Marianna Sirca
O ambiente duro e inóspito das serras da Sardenha no início do séc. XX, onde uma sociedade arcaica está fatalmente dividida entre senhores, servos e bandidos, compõe o pano de fundo em que se desenrola uma história de paixão e contraste entre duas personagens. A latifundiária Marianna Sirca e o jovem bandido Simone Sole tentam ultrapassar a incomunicabilidade entre os papéis que lhes são impostos pelo destino. Ao rejeitar as leis e os costumes imutáveis da sua própria terra, Marianna - uma mulher à frente do seu tempo -, está disposta a tudo para se unir a Simone. Em troca, exige ao amado o único bem que ele possui: a liberdade. Esta obra confirma a visão romanticamente pessimista da grande escritora italiana Grazia Deledda, segundo a qual dificilmente conseguimos escapar da infelicidade e do destino, forçados que somos a aceitar a prisão da nossa própria condição. Do prefácio de Grazia Maria Saviotti: «Sentimentos rudimentares e fatalismo, paixões brutais, conceito místico-supersticioso da Divindade, contrastes de natureza religiosa originados por crises de consciência, sentido do mágico e do fabuloso, adesão física e espiritual às leis primitivas da natureza mais selvagem, estilo rude em harmonia com o ambiente e as personagens, eis as notas características que revelam em Grazia Deledda uma grande e genuína força criadora.»