O Guarani
Inicialmente publicado como folhetim, no jornal Diário do Rio de Janeiro, entre 1o de janeiro e 20 de abril de 1857, O Guarani apareceu na estrutura de romance no fim deste mesmo ano, pela Tipografia Empresa Nacional do Diário. Obteve um grande sucesso naquele momento, destacando José de Alencar como o nosso grande autor romântico, aquele que estava mais engajado na ideia de uma literatura nacionalista e indianista. Na história de amor entre o índio Peri e a dama Cecília (Ceci) se encontra a concepção, muito questionada nos dia de hoje, de brasilidade para o autor: fomos formados pelas duas raças fortes – branca e indígena. A simbologia é muito forte: o brasileiro nato é uma mistura entre índios e brancos, havendo aí um doloroso “seqüestro” do elemento negro, negligenciado por Alencar como parte constitutiva da nossa formação. A Coleção Vozes de Bolso – Literatura Brasileira se propõe a trazer ao público um novo tipo de trabalho em torno de grandes clássicos da literatura de língua portuguesa. São todos textos já canonizados pela nossa tradição, porém com alguns “aditivos” que agregam valor e força aos mesmos.