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Este é o último livro da trilogia de As Crónicas de Bridei, uma das trilogias mais aclamadas de Juliet Marillier, senão mesmo a preferida dos fãs que a autora colecciona por todo o mundo. Depois de dois livros emocionantes, lidos numa correria desenfreada e desesperada eis que cheguei a este livro que li numa noite. Sim, uma noite! No último volume desta trilogia, é na personagem de Faolan que a escritora se concentra para nos arrebatar, impedindo que nos sintamos indiferentes em qualquer momento do livro. Como se não bastasse, é também neste livro que se dá grandes revelações e que se consolida o reinado de Bridei, apesar do abalo que este pode receber. Começando por esta última parte, uma vez que foi a que me ficou entalada, senti que me faltou algo na história de Bridei por contar, que a questão da expansão da Cristandade, que podia perfeitamente ter sido melhor aproveitada, passou para segundo, senão mesmo terceiro plano, dado que a certa altura eu já nem me lembrava da questão da ilha. Mesmo em redor do próprio Bridei existiu dúvidas. Depois de um grande início parece que um jovem rei não pode ter direito a um grande final, deixando tudo em aberto. Claro, que se isto for uma forma de Juliet nos dizer que vai escrever mais deste mundo, tem todo o meu apoio! Força nisso, cá estarei para ler mais destas personagens que me encantaram sobremaneira. Quanto às revelações, acho que este foi o livro mais emotivo, pessoal e interior não só da trilogia como da escritora. Toda a questão de Tuala e Broichan foi tão bem explorada que deu gosto que depois de tantos desentendimentos, os dois acabassem por criar laços tão fortes. Este acaba por ser o ponto em que tudo se entrelaça, onde se demonstra que tudo tem uma razão de ser. A forma como a escritora usa o destino para servir os seus intentos é completamente espantosa, como se ela já tivesse tudo planeado desde a primeira linha! Uma das coisas que mais gostei foi do facto de muita da acção se passar na corte de Monte Branco e pudermos assistir as interacções em grupo das várias personagens, de sentirmos a amizade e o respeito que têm umas pelas outras. Temos os momentos de corte e os momentos íntimos, e esta diferenciação dá-nos uma ideia mais real e abrangente da forma como as personagens se ligam umas às outras. Mas o momento alto de todo o livro é o complexo e misterioso Faolan. Desde a sua viagem até aos locais do seu passado, a descoberta do perdão e do amor, o seu regresso e a forma como tudo se desenrola à sua volta é de encantar qualquer um que goste deste tipo de personagem. Foi um prazer vê-lo modificar-se, transformar-se, assistir a todos os seus momentos mais duros ou mais doces. É nele que nos acabamos por concentrar e é por ele que acabamos por ler o livro. Brilhante. Só que é um erro esquecer Eile. A personagem sofrida que afinal era muito mais do que alguma vez pensou. Não há como não sofrer, chorar ou sorrir com ela. Torcemos desde o início para que ela tenha um bom final como merece. Foi aquela que mais me fez sentir no livro e agradeço a Juliet por não ter seguido estereótipos com ela. Quanto aos momentos mais perigosos, gostei da vilã, da sua bipolaridade, do seu ar enganador, da sua irritante, enervante e detestável personalidade. Deu mais ao livro e proporcionou situações tensas que acabaram por fortalecer as relações daqueles que por ela foram atacados. Recheado de momentos emotivos e de acção este livro não foi o que eu esperava mas apesar das falhas houve aquele factor x que o fez merecer toda a minha atenção. Espero sinceramente que um dia haja uma continuação e que possamos regressar a este mundo e a todos eles. http://girlinchaiselongue.blogspot.co...