Toda a Prosa
«De um lado estão as coisas vividas – infância, adolescência, juventude coimbrã, incorporação no exército – Mafra e Açores (primeira forma de desterro), depois Angola – Guerra Colonial e prisão em Luanda, exílio (Paris e Argel), regresso a Portugal a seguir ao 25 de Abril, exercício de funções diversas em democracia. Do outro lado está a escrita, o princípio ficcional que tudo transfigura e integra, de acordo com vertentes que se encontram também na poesia e na restante obra; na prosa, com efeito, reconhecem-se episódios narrados e entre si articulados, dando lugar em simultâneo à representação do tempo histórico e à criação de uma figura protagonista, crescendo da infância (Alma, O Miúdo Que Pregava Pregos numa Tábua) para a adolescência e a juventude (A Terceira Rosa), e depois para a Guerra Colonial, a prisão e o exílio (Jornada de África, Tentação do Norte). Os textos mais curtos, contos ou novelas, desenvolvem margens daqueles núcleos, complementando-os.» Do prefácio da Professora Paula Morão