Itamar Vieira Junior

Torto arado

Ana Luiza

** spoiler alert **
           A literatura brasileira é preciosidade. Esse livro é nossa história, nosso sangue e luta nesse país. É a memória de milhares de famílias que sofreram e ainda sofrem nesse país que nasceu escravagista e tem dificuldade de deixar essa imagem para trás. 
Bibiana e Belonisia são milhares no Brasil. Itamar da voz a uma história que muitas vezes só nos é contada por terceiros, nas aulas do ensino médio. No jornal quando vemos notícias sobre situações análogas à escravidão. No livro vemos o que é real, o que é mais puro nossa história. Muito triste e muito bonito.

dmitria guimarães

ITAMAR VIEIRA JUNIOR OPPA SARANGHAEYOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Um texto épico e lírico, realista e mágico que revela, para além de sua trama, um poderoso elemento de insubordinação social. Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.

Torto Arado

Isadora Cal

Primeiro livro do ano e talvez seja o melhor... não sei se vou ler algo tão bem escrito assim. A história já começa com um acontecimento muito louco entre as irmãs que protagonizam a história e aí você não consegue descansar até entender a quem o acontecimento afetou (só me expressando assim pra não dar spoiler). 

O livro se passa em três partes, cada uma narrada por uma personagem, e a história do livro acaba sendo a história de um povo, de uma vida inteira, de várias gerações, mas centrada ali naquelas duas irmãs, Bibiana e Belonísia.

Acontece tanta coisa que vai se costurando que eu li praticamente em 24h, não conseguia parar até ter todas as explicações para todas as histórias apresentadas. Cada capítulo até parece um conto da forma como o autor escreve, mas não a ponto de te deixar conseguir parar ali...

Por fim, é uma história sobre o povo negro, sobre a Bahia, sobre ancestralidade, e também sobre família, sobre ser humano, se entender gente e lutar pela vida como puder.

Lara Reis

“o gerente queria trazer gente que ‘trabalhe muito’ e ‘que não tenha medo de trabalho’, nas palavras de meu pai, ‘para dar suor na plantação’. podiam construir casas de barro, nada de alvenaria, nada que demarcasse o tempo de presença das famílias na terra. podia colocar roça pequena para ter abóbora, feijão, quiabo, nada que desviasse da necessidade de trabalhar para o dono da fazenda, afinal, era para isso que se permitia morada. podia trazer mulher e filhos, melhor assim, porque quando eles crescessem substituiriam os mais velhos. (…) no tempo de seus avós era pior, todos se amontoavam no mesmo espaço, no mesmo barracão.”

Julia Milhomens 

voltarei para escrever sobre, pois necessário

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