O caminho de casa
Effia e Esi, irmãs que não se conhecem, nascem em duas aldeias tribais diferentes de Gana, no século XVIII. Effia, a moça mais bonita do lugar, é vendida pelos pais para um colonizador inglês chamado James, e viverá com conforto nas salas palacianas do Castelo de Cape Coast. Quey, seu filho mestiço, será enviado para estudar na Inglaterra antes de voltar à Costa do Ouro para servir como administrador do Império. Mas sua irmã Esi terá outra sorte: encarcerada abaixo dos aposentos de Effia, no calabouço das mulheres do castelo, ela logo será embarcada com destino à América, onde será vendida como escrava. Em capítulos alternados, O caminho de casa é uma concisa e ambiciosa saga familiar que cobre sete gerações de uma família partida, acompanhando numa narrativa ágil a vida dos descendentes dessas duas irmãs, os que ficaram na África e os que se tornaram afro-americanos. Percorrendo desde as guerras tribais em Gana até a escravidão e a Guerra Civil nos Estados Unidos, passando pelo trabalho de prisioneiros nas minas de carvão e a grande migração afro-americana, das fazendas do Mississípi às ruas do Harlem no século XX, Yaa Gyasi compôs uma obra-prima panorâmica, que permite uma compreensão visceral dos horrores da escravidão e toda a carga emocional acumulada na vida de seus descendentes, nos relacionamentos entre pais e filhos, maridos e esposas. Mais que um épico sobre o tráfico de escravos, porém, O caminho de casa é um romance de grande expressão lírica, que se move por histórias contadas com economia e força excepcional de linguagem, e que não falha em captar a complexidade do espírito humano sob as condições mais adversas, resistindo através da resiliência e da esperança. O caminho de casa, romance de estreia de Yaa Gyasi, recebeu resenhas dos mais importantes jornais e revistas do país, alcançou a disputada lista dos mais vendidos do The New York Times e foi incluído na prestigiosa lista dos 100 livros notáveis do ano do mesmo jornal.