Reviews

Li "Admirável Mundo Novo" nos anos 1990, tendo perdurado em mim fortes memórias que me permitiam recordar a obra como maior, pela sua qualidade e visão. No entanto, depois de ter voltado ao seu universo, por ter visto o filme homónimo de Burt Brinckerhoff (1980), e ter relido alguns capítulos do livro, concluo que as minhas memórias eram melhores que a realidade. [imagem:Livro de 1932 e filme de 1980] "Admirável Mundo Novo" é um livro interessante que se sustenta no valor histórico, tendo surgido antes de "Mil novecentos e oitenta e quatro" (1949) de George Orwell, ainda que depois de "Nós" (1921) de Yevgeny Zamyatin. A escrita não é muito atrativa e o enredo é um tanto ingénuo, segurando o nosso interesse mais pelo modo como vai apresentando a vida do "mundo novo" e contrapondo os seus valores aos nossos. [imagem: Filmes de síntese capazes de incorporar o espetador na trama durante o seu visionamento, levando-o a sentir como se fosse verdadeiramente o personagem na tela.] Por outro lado, a abordagem pela sátira acaba por ser contraproducente, no sentido em que evidencia fortemente uma das suas maiores fragilidades, os personagens. Na ânsia por colar os mesmos a figuras políticas da altura, e de lhes tecer críticas, acaba por criar personagens sem identidade, volúveis e inverossímeis, com os quais temos dificuldade em nos relacionar. Se não surge a densidade de um Winston ("Mil novecentos e oitenta e quatro") com quem empatizar, os restantes parecem apenas fazer parte do cenário, nunca funcionando como efetivo contrapoder. Diria que o melhor, e aquilo que continua a fazer o texto sobreviver ao tempo, além do aspeto histórico, assenta na ideia, na sua vanguarda especulativa, nomeadamente na clarividência em relação ao futuro da ciência e dos media, o que tem mantido a obra como boa referência de estudo e reflexão académica. Publicado no VI (http://virtual-illusion.blogspot.pt/2...).

This book is a classic and part of me feels bad about giving it just one star but the truth is that this reading experience was nothing but a punishment. I read it because I simply didn't have anything to read at home and I was curious as it was an extremely talked-about book. In terms of utopias, I had already read the book "1984" by George Orwell and I found it to be ok, for that reason I didn't have many expectations for this one either. However, he managed to surprise me... in a negative way. Translation undoubtedly played a big part in my displeasure. I feel that in English it would make a lot more sense. In Portuguese, there is a constant feeling of "this sounds bad" or "no one would ever say this". I feel that this was without a doubt the biggest fault, especially in a book that mentions Shakespeare multiple times. However, I also found the story to be very weak. The world-building and the idea behind it are clearly unique and deserve credit, but the whole plot was just boring and could have been told in a simple sentence.








