Anton Pavlovich Chekhov

traduçao de Mrio Braga

Contos escolhidos

Nelson Zagalo

Este livro contém pouco mais de uma dúzia de contos, o que para avaliar um autor que escreveu ao longo da sua vida mais de 200 é manifestamente pouco. Do que li gostei, principalmente percebi o fascínio dos guionistas de Hollywood por Chekhov, pela facilidade com que expõe a ação e dá a ver conflito, algo que parece simples mas é difícil para quem se tem de cingir ao texto enquanto imagina e cria.

Existe um lado teatral em Chekhov, na forma como edifica os personagens e os movimenta na cena, algo que faz de modo muito rápido, também porque de contos se trata. Como se não tivesse tempo a perder, inicia focado na personagem principal quase isolada, e é a partir dela que elabora o resto, fazendo crescer o nosso interesse pelo conflito principal a partir dessa ligação. 

Não podemos dizer que exista aqui uma escrita elaborada, ou questões de ordem abstracta, ainda assim o facto de pegar em assuntos do quotidiano e com os quais quase todos nos podemos relacionar facilita o caminho para a reflexão, nomeadamente pelo modo como gere os fechamentos das suas histórias, deixando as resoluções semi-abertas, passíveis de distintas leituras.

Um autor para continuar a ler.

Contos escolhidos traduçao de Mrio Braga

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