Reviews

god. kafka definitely has a way with words, i feel like he made me understand myself in ways even i couldn’t, he put into words what i couldn’t even conjure up into thoughts. his words gave me a sense of understanding, belonging even. it felt like the words were ripped out of my throat and placed on the pages. from start to end, i was captured by how *well* he turned his feelings into sentences that were legible, he somehow wrote it all down in a way that could hold you right by the heart and not let go. when i sat down to read this, i hadn’t even planned to read it, i just read the first page but somehow that turned into reading the whole book in a single setting. some tears were definitely shed!! i could reread this a million times.

“Carta ao Pai” é como o próprio título indica, uma carta escrita a um pai, neste caso de Kafka para o seu pai. Os estudos em redor da sua origem demonstram que apesar de ter nascido como carta, teve várias formas posteriores com alterações de caráter mais literário, e por isso não é mero texto confessional não-ficcional, mas também não é romance. Chegou a ser dactilografada por um profissional a pedido de Kafka, foi entregue à sua mãe para assim chegar ao seu pai, foi entregue a uma namorada para se dar a conhecer a si próprio, mas nunca chegou às mãos do seu pai. Dito isto, este curto texto, mas longa carta, fala da relação entre pai e filho, o que a momentos serve a todos nós, porque nos obriga a refletir sobre os nossos pais e os nossos filhos, põe o dedo por várias vezes em questões educativas complexas, com as quais todos nós nos debatemos, sem contudo apresentar defesas ou ataques severos, antes procurando sempre compreender o como e o porquê de cada uma dessas situações. À medida que o texto progride o tom vai mudando, e vamos percebendo a verdadeira motivação por detrás da sua escrita, assente no amor, nas clássicas oposições aos desejos e vontades matrimoniais dos filhos. Mas mesmo aqui, Kafka não é peremptório, já que acaba sempre por difundir a culpa, nunca apontando o dedo em riste, sempre procurando compreender, e mais do que isso, sempre dividindo a potencial culpa, entre pai e filho. Mais que a qualidade do texto, ou interesse das histórias relatadas, este texto acaba sendo fundamental para compreender o mundo interior do autor de “O Processo”, “O Castelo”, e “A Metamorfose”. Podemos por esta via chegar ao âmago de alguém que apesar da vida facilitada proporcionada pela família, dos estudos e emprego estável conseguido, nunca se sentiu bem na sua pele, nunca se reviu naquilo que a vida lhe reservou, passou os seus dias, entre a comiseração e a desolação, tentando compreender os porquês, tentando dar respostas a si mesmo, indagando, e interrogando-se sobre a razão de tudo isto. Mesmo só obtendo prazer pleno na sua literatura, nem esta acabaria por lhe conseguir dar as repostas que procurava. Não consigo deixar de juntar Kafka e Pessoa, nascidos em datas separadas por apenas 4 anos, judeus de nascença, sem contudo isso ditar as suas ações mas com impacto evidente na sua visão do mundo, encerrados sobre si mesmos, sozinhos, ambos viveram, ou sobreviveram, graças ao amor pela literatura.



Highlights

ja unsere Bedürfnisse ganz verschieden waren; was mich packt, muß Dich noch kaum berühren und umgekehrt, was bei Dir Unschuld ist, kann bei mir Schuld sein und umge- kehrt, was bei Dir folgenlos bleibt, kann mein Sargdeckel sein.

oder wenn Du während meiner letzten Krankheit leise zu mir in Ottlas Zimmer kamst, auf der Schwelle bliebst, nur den Hals strecktest, um mich im Bett zu sehen und aus Rücksicht nur mit der Hand grüßtest. Zu solchen Zeiten legte man sich hin und weinte vor Glück und weint jetzt wieder, während man es schreibt.

Was bei dir folgenlos bleibt, kann mein Sarg Deckel sein.

Du kannst zum Beispiel auf die Tschechen schimpfen, dann auf die Deutschen, dann auf die juden, und zwar nicht nur in Auswahl, sondern in jeder Hinsicht, und schließlich blieb niemand mehr übrig außer dir.

Ich mager, schwach, schmal, Du stark, groß, breit.
Me with other men

Ich will nicht sagen, daß das unrichtig war, vielleicht war damals die Nachtruhe auf andere Weise wirklich nicht zu verschaffen, ich will aber damit Deine Erziehungsmittel und ihre Wirkung auf mich charakterisieren. [..] Ich hatte einen inneren Schaden davon. Noch nach Jahren litt ich unter der quälenden Vorstellung, daß der riesige Mann, mein Vater, die letzte Instanz, fast ohne Grund kommen und mich in der Nacht aus dem Bett auf die Pawlatsche tragen konnte und daß ich also ein solches Nichts für ihn war.
Das war damals ein kleiner Anfang nur, aber dieses mich oft beherrschende Gefühl der Nichtigkeit (ein in anderer Hinsicht allerdings auch edles und fruchtbares Gefühl) stammt vielfach von Deinem Einfluß.

[…]außerdem ganz an das Geschäft gebunden warst, kaum einmal des Tages Dich mir zeigen konntest und deshalb einen um so tieferen Eindruck auf mich machtest, der sich kaum je zur Gewöhnung verflachte.

Du in dieser Hinsicht verschiedene Zeiten durchgemacht, warst vielleicht fröhlicher, ehe Dich Deine Kinder, besonders ich, enttäuschten und zu Hause bedrückten (kamen Fremde, warst Du ja anders) und bist auch jetzt vielleicht wieder fröhlicher geworden, da Dir die Enkel und der Schwiegersohn wieder etwas von jener Wärme geben, die Dir die Kinder, bis auf Valli vielleicht, nicht geben konnten. Jedenfalls waren wir so verschieden und in dieser Verschiedenheit einander so gefährlich, daß, wenn man es hätte etwa im voraus ausrechnen wollen, wie ich, das langsam sich entwickelnde Kind, und Du, der fertige Mann, sich zueinander verhalten werden, man hätte annehmen können, daß Du mich einfach niederstampfen wirst, daß nichts von mir übrigbleibt.