Dada - História de uma subversão
O futurismo morreu. De quê? De DADA. Uma jovem suicida-se. Por causa de quê? De DADA. Pisam-te os pés. É DADA. Se tens ideias sérias acerca da vida, se fazes descobertas artísticas e se, de repente, a tua cabeça começa a crepitar de riso, se achas todas as tuas ideias inúteis e ridículas, fica sabendo que É DADA QUE COMEÇA A FALAR-TE.
Durante a carnificina da Primeira Guerra Mundial, um vento de revolta soprava na Europa. De Zurique a Paris, a febre dadaísta contagiava artistas revolucionários e desafiava a complacência do mundo burguês, denunciando a (des)ordem reinante como uma sufocante farsa. Tristan Tzara e Hugo Ball, em Zurique, Marcel Duchamp e Man Ray, em Nova Iorque, e Kurt Schwitters, em Hanôver, entre tantos outros, faziam tábua rasa de todos os poderes que impediam a liberdade de expressão e de criação, em nome de uma antiarte niilista de protesto e de uma vital espontaneidade. Sem dogmas nem discípulos, o dadaísmo recorria ao escândalo, multiplicavam-se as exposições e as soirées no Cabaret Voltaire, que encolerizavam o público, e os manifestos que conservam ainda hoje o seu tom corrosivo. Obra crítica e de reflexão, Dada – História de Uma Subversão traça a génese e as coordenadas da aventura dadaísta, a expressão artística mais pura e violenta do século xx.
Especialistas em literaturas de vanguarda, Henri Béhar e Michel Carassou são autores de vários livros de referência sobre o dadaísmo e o surrealismo. Henri Béhar (n. 1940) é professor emérito da Universidade Paris III, integrou o núcleo editorial de diversas revistas, entre as quais Dada/Surrealism e Avant-Garde, e dirigiu a publicação Cahiers Dada-Surréalisme. Editor e escritor, Michel Carassou (n. 1945) consagrou a sua obra ensaística à história das vanguardas dos anos 1920 e 1930 e das suas figuras mais marcantes, como René Crevel, cuja biografia publicou em 1989.