Reviews

eu estou totalmente embasbacada??!!!! não há palavras possíveis para descrever a beleza singela, a crueldade sagaz e a humanidade exposta nesse livro. ainda estou tentando processar tudo o que eu li nessa obra.
quando eu o peguei para ler, não imaginava o tanto que eu iria sentir com cada página. acompanhar essa história foi uma das coisas mais selvagens que eu fiz na minha vida, e eu sei que ainda vou pensar bastante sobre esse livro pelo restante da minha vida.
a mulher do médico </3 simplesmente incrível. saramago sabia muito bem o que estava fazendo nesse livro, e ele orquestrou tudo de um jeito único que invade até os mais frios dos corações. que livro magnífico, de verdade.

De uma forma tão crua e empolgante como só Saramago sabe expor, somos conduzidos pelo imaginário de uma situação aparente improvável. Mas não será isto mesmo que vivemos na nossa sociedade? Uma cegueira colectiva contagiosa, repleta de regras de sobrevivência animalescas criticáveis? Um ensaio repleto de crítica, ironias e metáforas, carnal e grotesco, que questiona aquilo a que chamamos humanidade. (Não foi esta a pandemia que recentemente nos atordoou, mas terá sido assim tão diferente a nossa postura perante ela?)

A minha vontade é viajar no tempo, e bater na Joana que tinha medo de pegar neste livro. Que história magnífica. Este livro devorou-me, tanto que, quando não o estava a ler, estava a pensar na história e no que estaria ainda por acontecer. Mais uma prova do lugar especial que Saramago ocupa neste coraçãozinho.

Os "Ensaios" de Saramago, apesar de serem apenas dois em título, são pelo menos três, se não mais. Temos este primeiro “Ensaio da Cegueira” (1995) e o segundo, “Ensaio da Lucidez” (2004) aos quais podemos juntar “As Intermitências da Morte” (2005), que formam uma espécie de trilogia fantástico-experimental de crítica social. É verdade que os dois Ensaios, em título, se referem mais concretamente à crítica política, e existe uma declarada ligação entre ambos, mas em termos estruturais e de abordagem parabólica, “Intermitências…” segue em toda a linha, e surge mesmo como uma espécie de derradeiro grito do autor. Primeiro ficaram sem visão, para poderem começar a ver. Depois ficaram sem governo, para se tornarem conscientes do que são. Por fim, ficaram sem morte, para compreenderem que o mundo não acaba só porque morremos. Em cada um destes ensaios, Saramago lança um mote colectivo, uma altercação de fundo social, e depois senta-se a imaginar e a brincar com os seus potenciais efeitos, entregando-nos no final o resultado na forma de livro. Dos três, este primeiro é sem dúvida o mais elaborado, não apenas pela estrutura e premissa fortes, mas pelo rasgo da escrita, direta e simples, mas imensamente profunda. Do que já li seu, só consegui encontrar descrições com esta intensidade no “Memorial do Convento”. Foram vários os momentos de grande visceralidade, diga-se que pouco atenuados pelo filme que tinha visto há alguns anos, sendo que para mim o momento mais marcante, tendo-me tocado a pele, aconteceu quando as três mulheres se lavavam na varanda do prédio com água da chuva. Que cena magnificente, depois de tudo o que aqueles corpos tinham sofrido, a água caída do céu, parecia cair tal qual um ato de total purificação. Por outro lado, julgo que em parte por Saramago ter ousado levar o horror tão longe, criou um thriller denso e sufocante. As constantes ações novas a exigir a nossa atenção, a chamar-nos para continuar a ler, com o suspense contínuo, preso a cada a linha, fazendo-nos sentir mal, sempre que não podemos pegar no livro e ler, ler. Numa entrevista Saramago disse: "Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso." Tudo verdade. Se é o seu livro mais citado, não deve nada ao filme, a sua força é tremenda.

** spoiler alert ** "o único milagre que podemos fazer será o de continuar a viver, disse a mulher, amparar a fragilidade da vida um dia após outro dia"

Opinião no meu blog

Extraordinary.

It's a really good book tho the story stagnates around the end and the writing style is for me something I'm not a fan of

(4.25) Soube bem ler este livro com o seu tempo. Cada parte precisava de algum tempo para interiorizar o que se tinha passado e pensar um pouco mais em tudo o que aquilo significaria. Este livro tem frases mesmo bonitas e é engraçado o poder dos provérbios. A escrita de Saramago custa o primeiro capítulo e depois flui como se fosse natural. Foi, na verdade, muito fácil de a compreender e perceber os diálogos e o que estava a acontecer.

Ensaio Sobre a Cegueira is translated into English if you would like to read it but you don't speak Portuguese. I think there is also an English movie about the book! Both named "Blindness". I have read a couple of José Saramago's works and this one I wouldn't say is one of my favorites. Unfortunately is the only one that I own. The story is about this epidemic (very fitting for the times we live in now) called white blindness where basically everyone starts going completely blind, but blindness is where you are always seeing white. We follow a strange set of characters through all of the plagues and we get to see how the city and authorities take action to fight this disease. A very disturbing read! I really found it intriguing and I enjoyed the overall plot but I can't say it was one of my favorite books and I think it's was a little bit too shocking for my taste. But if you don't mind that kind of thing I recommend you give this a try!













