O nariz
'À data de 25 de Março deu-se em São Petersburgo um acontecimento de inaudita estranheza. O barbeiro Ivan Iákovlevitch (...) acordou bastante cedo e cheirou-lhe a pão quente. (...) Vestiu, por respeito das conveniências, a casaca por cima da camisa e, sentando-se à mesa, serviu-se de sal, preparou duas cebolas, pegou na faca e, com uma expressão eloquente na cara, pôs-se a cortar o pão. Ao separá-lo em dois, olhou para o miolo e, surpresa sua, viu algo esbranquiçado. (...) Enfiou os dedos e tirou - um nariz!...' Ao mesmo tempo, o assessor de colégio Kovaliov fica perplexo ao descobrir que 'o sítio do seu nariz era um lugar perfeitamente raso', correndo ao encontro do chefe da polícia. Assim se inicia 'O Nariz', conto do absurdo publicado pela primeira vez em 1836, na revista Sovreménnik [O Contemporâneo] fundada e dirigida por Aleksandr Púchkin.
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Nelson Zagalo@nzagalo