Foucault e a teoria queer seguido de Ágape e êxtase: orientações pós-seculares
O uso do termo queer vem se tornando mais comum nas últimas décadas – a origem do movimento remonta a fins dos anos 1980 nos Estados Unidos, como uma resposta ao padrão binário de gênero, às normas e à opressão social a tudo que diverge, que é "excêntrico", "esquisito", "diferente". Mas onde se assentam as bases filosóficas e culturais que deram origem ao que hoje chamamos de teoria queer? No ensaio que dá título ao livro Tamsin Spargo analisa as principais ideias apresentadas por Foucault em História da sexualidade para definir a teoria queer – para Foucault, gênero e sexualidade são categorias construídas pelo discurso, pela história, pela cultura e pela sociedade. No segundo texto, ela questiona o desenvolvimento da teoria até o momento e sugere novos rumos, relacionando-a com os estudos pós-estruturalistas e pós-seculares, numa conexão inovadora. Fecha o livro o posfácio do sociólogo Richard Miskolci, que contextualiza amplamente o História da sexualidade, de Foucault, e apresenta novos caminhos para a discussão da teoria queer e dos sujeitos desejantes.