Reviews
I actually really liked this one, which I didn't expect at all. Tess is such an interesting character, and she deserved better. She's also very "modern", which I was pleasantly surprised by. I loved Hardy's writing style (or its French translation) and his use of irony. I read Tess of the D'Urbervilles for my "feminism in literature" class (we talked about the condition of woman in books and how she's so often the prey of society and men), and it was definitely worth it.
Absolutely brutal. A meditation on purity, forgiveness and fidelity, it portrays the life, or the destruction of it, of Tess Durbeyfield who, upon being raped, is torn between revealing the incident or hiding it from the one she's to marry. Constantly questioning Nature and Her powerful command over people, Hardy is scathing in showing how the faithless can be hypocrites about purity, how suffering has layers to it driven in undertones by societal impressions, and how a woman who has been wronged us treated as much a sinner as the one who wrongs. Terribly moving, this one goes to the treasure chest.
this is the clear example of not liking a book in its own right but apprecitating the message and the social criticism embedded in the plot. i did not enjoy tess of the d'urbervilles; it is the sort of story that i would not choose to read for the sake of my own enjoyment. but, somehow, i did like it to a certain extent. i do not think it is bad, i did not even feel that it was too long or tiring (when, in fact, it is pretty long as all works at the time). i did not hate every single moment i was reading it, but i did not like the plot itself. i read it partly because i had to, and partly because it was not unbearable. i do not like the 'fallen woman' paradigm or stereotype of victorian times; it was a very depressing and, at times, frustrating read. i do not think i will ever reread it or go back to it, but i do not think it is a bad book. i perfectly understand what thomas hardy was doing and i value it. it is unusual to criticise so openly the double standards of society towards women in the victorian era and its sector most attached to tradition, but i cannot say it was pleasant. the injustices and misery women experienced, the limited choices in life they were offered, was real and is perfectly reflected in this work. i even think that hardy's writing made this book bearable for me. if it was not for the prose, i might have hated it with a passion. the naturalistic elements, among them the determinism which teamed up with the victorian fatalism, were sometimes exhausting as i was hit with it over and over again. the pity and empathy in me tended to turn to annoyance, especially when it came to the two male main characters, alec and angel (do NOT make me talk about angel. i do admit i did not expect to find such a layered character, maybe even more than the main character of the book). poor tess was written to make her suffer and turn her into a martyr, she accepted every misery and injustice that came her way and it is not until the very end that she shows a bit of backbone, which i did like. so i liked it, but not really.
Foi o meu primeiro livro de Thomas Hardy — "Tess of the d'Urbervilles: A Pure Woman Faithfully Presented" (1891) — e era um livro que há muito queria ler, tanto pelos créditos enquanto clássico canónico como pelo tema e abordagem do autor. Posso dizer que as expectativas não defraudaram o prazer da leitura. Apesar de se enquadrar no género reconhecido como romance vitoriano — destinos trágicos com finais felizes — Hardy parece preferir ficar-se pela primeira parte da abordagem. Estamos em Inglaterra, no século XIX, temos mulheres em idades casadoiras que vivem entre a plebe, cientes da sua insignificância, vivendo e trabalhando debaixo de duras condições ditadas por uma pobre ruralidade, quando perseguidas por maquiavéis da luxúria não mais se conseguem libertar das marcas por estes incutidas. A curiosidade era grande também porque o tratamento realizado por Hardy tinha sido, em parte, alvo de crítica pela sociedade de então. [imagem] Nastassja Kinski no papel da protagonista Tess, no filme homónimo de 1979 por Roman Polanski. https://virtual-illusion.blogspot.com... Tess é a típica menina certinha oriunda de uma pobre família disfuncional, com muitos irmãos mais novos, um pai bêbado e uma mãe desligada. Além de certinha era bonitinha, o que proporcionaria a ideia de buscar um bom casamento que levasse à retirada da pobreza de toda a família. Contudo Tess não era dotada da ausência afetiva que caraterizavam o pai e a mãe, e por isso no momento em que o seu íntimo é violado a sua pessoa altera-se para sempre. Olhando a literatura à volta podemos ver como o tema é tão pouco tratado, mesmo secundarizado, tornado menor, e mesmo a própria crítica de então menosprezou este foco. Contudo, e se a violação nos choca, muito mais choca o modo como a sociedade a encara, tanto na privacidade familiar, forçando a aceitação da condição feminina, como pelos restantes membros da comunidade que de forma ultrajante colocam o homem num patamar distinto da mulher em termos da sua sexualidade. E mais ainda me incomoda a leitura quando olhando a partir de 2018, e apesar do caso concreto poder ser visto de forma bastante distinta, a sociedade ocidental continuar ainda assim a olhar diferentemente aos direitos do homem e da mulher no que à liberdade sexual diz respeito. Um homem que tenha tido muitas namoradas é alguém forte, bem posicionado, com capacidade para ter tudo o quiser na vida, já uma mulher que se assuma assim, dificilmente não será rotulada de promíscua, para não usar adjetivos mais abjetos. Hardy trabalha muito bem o seu objeto, pegando na inocência, integralidade e esforço para dar conta de uma mulher, que como o subtítulo reforça — "Uma Mulher Pura" —, é do mais puro que a natureza nos pode oferecer, confrontando-a com a soberba, a arrogância e o desprezo da restante sociedade. É de tragédia que se trata, e por isso é natural o conflito entre o forte e o fraco, entre o que nunca teve hipótese e está condenado desde que nasceu, e talvez por isso a leitura seja tão envolvente já que nunca nos cansamos de querer saber mais sobre Tess, de desejar que esta consiga de algum modo levantar-se e ganhar o direito a ser quem é. Claro que para tal contribuem não apenas as excelentes capacidades de Hardy no coser da trama, mas também a beleza da sua escrita. “Todas essas jovens almas eram passageiras do navio Durbeyfield – inteiramente dependentes do julgamento dos dois adultos para seus prazeres, suas necessidades, sua saúde e até sua existência. Se os chefes da casa Durbeyfield escolhiam navegar em direção à dificuldade, ao desastre, à fome, à doença, à degradação, à morte, nessa mesma direção eram compelidos a navegar essa meia dúzia de pequenos cativos ainda no ninho – seis criaturas indefesas a quem nunca fora perguntado se desejavam a vida, muito menos se a desejavam em condições tão severas quanto aquelas da indolente casa de Durbeyfield. Algumas pessoas gostariam de saber de onde o poeta, cuja filosofia é hoje considerada tão profunda e confiável quanto pura e alegre sua canção, tira sua autoridade para falar do “plano sagrado da Natureza”.” A obra vale claramente pelo retrato social que dá da época, do modo como coloca lado a lado vários conceitos e ideias de um tempo distante e nos questiona não apenas sobre o que já fomos como sociedade, mas também sobre o que ainda mantemos enraizado em nós na atualidade. Existem vários temas, além da sexualidade, a percorrer a obra tais como o determinismo e a liberdade, o modernismo e a industrialização, a religião e o sentido da vida. A obra traça um cenário social realista completo, permitindo ao leitor mergulhar num tempo distinto do seu, e experienciar a realidade e o sentir de quem a viveu. Quanto à edição lida, foi a da editora brasileira Pedrazul, que apresenta uma muito boa tradução por Luana Musmanno. Fica registado o meu espanto sobre a ausência de uma tradução portuguesa, passados mais de 125 anos. Será o tema pouco bem-vindo por cá? Publicado no VI: https://virtual-illusion.blogspot.com...