O Monte dos Vendavais
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O Monte dos Vendavais

Emily Brontë2015
Um clássico da literatura de todos os tempos.A maravilhosa história de um amor proibido.Numa casa assombrada por memórias, o passado está presente em cada recanto... Quando a escuridão cai nas sinistras charnecas do Yorkshire, um homem preso numa tempestade de neve é forçado a abrigar-se no estranho e sombrio Monte dos Vendavais – um lugar que jamais irá esquecer. Aí, descobre a história dos acontecimentos tempestuosos que ocorreram anos antes: a saga da paixão avassaladora entre o órfão Heathcliff e Catherine Earnshaw que, apesar de terem crescido juntos, são cruelmente separados por diferenças sociais, pelo destino e pela intervenção de terceiros. Mas há a uni-los algo mais poderoso: uma paixão que tudo consome e que arrasa com o que se tenta intrometer entre eles. Até a própria morte... Poético, complexo e grandioso, O Monte dos Vendavais é a surpreendente história de um amor proibido que deixa um rasto de ira e vingança, que irá perdurar no tempo como uma maldição e afectar as vidas de todos em redor. Emily Jane Brontë nasceu a 30 de Julho de 1818, em Thornton, no Yorkshire, e faleceu em Haworth, vítima de tuberculose, a 19 de Dezembro de 1848, com apenas 30 anos. Filha de Patrick Brontë, nomeado pároco vitalício em Haworth, foi criada com os seus irmãos Charlotte, Anne e Patrick Branwell pela tia, Elizabeth Branwell. A família constituía uma sociedade fechada e isolada, e os quatro irmãos sentem desde a infância motivação para o estudo e para a composição literária. Escreveram contos, histórias fantásticas, poemas, jornais, folhetins e editaram uma revista mensal. Emily Brontë foi a autora do ciclo de Gondal, cuja pátria imaginária inspirou alguns dos seus poemas mais arrebatados.Emily tentou ganhar a vida como professora, mas uma saúde precária obrigou-a a desistir. É através de O Monte dos Vendavais, o seu único romance, que permanece na nossa memória: Uma história empolgante que é e uma das obras mais intensas da língua inglesa.
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Reviews

Photo of Nelson Zagalo
Nelson Zagalo@nzagalo
5 stars
Sep 3, 2022

Mais um clássico, e mais um título que me acompanhava há décadas. Vi vários filmes, não todos (William Wyler, 1939; Robert Fuest, 1970; Jacques Rivette, 1985; Peter Kosminsky, 1992; Andrea Arnold, 2011), mas nunca tinha tentado ler o livro. Se por um lado as imagens que guardava do cinema eram de um monte entre brumas, roupas escuras e rasgadas cobrindo caras sisudas, por outro o imaginário não visual, dizia-me tratar-se de uma mera história de amor, tal Romeu e Julieta. Apesar de todos estes elementos de fundo, posso dizer que estava totalmente impreparado para a aspereza e dureza do que encontrei nas linhas escritas por Emily Brontë. Tendo em conta a importância adquirida pela obra ao longo de mais de 150 anos, não quis limitar-me a despejar alguns argumentos sobre o que senti ao ler, mas quis também perceber o que moveu tantos antes de mim a apaixonarem-se por esta, críticos e leitores. Queria comparar impressões, sentires, perspectivas. Queria também compreender um pouco sobre o lado histórico-estético, embora não me tenha debruçado muito sobre tal, pois implicaria um maior investimento de tempo que não tenho de momento. Assim começaria por dizer que continuo indeciso sobre a minha experiência geral da obra. Não entre ser boa ou má, mas entre ser muito boa ou excelente. A razão desta indecisão diz, por um lado, respeito ao conteúdo, ao tratamento dado ao universo criado pela autora, por outro ao meu desconhecimento do quão revolucionária foi a forma dada ao romance na altura em que saiu. Ou seja, a brutalidade, que serve o tom gótico, não me agrada, é-me distante, reconheço contudo que o lado formal da escrita e composição é forte o suficiente para menosprezar esse meu gosto pessoal. Mas também tenho de reconhecer que este é um posicionamento mais racional do que emocional, e por isso sinto ainda alguma indecisão. Decepcionei-me com a leitura das críticas que saíram aquando da publicação da obra, em 1847, porque limitadas em termos de análise, quase exclusivamente centradas sobre os aspectos da história, louvando a inovação apenas pela imaginação do lado negro do romance. É verdade que é diferente, e foi inovadora, se a colocarmos lado a lado com a obra de Jane Austen (1775 – 1817), é vertiginoso aquilo que as separa. Temos aqui um imaginário completamente novo, um misto muito forte entre romantismo e realismo, com fortes traços de fantástico, mas que assume toda uma caracterização psicológica, com vários níveis de significado, que a coloca também muito distante de "Frankenstein" (1831) de Mary Shelley. Em Brontë o feio e o negro do ser humano é muito forte, tão forte que chega a tornar-se belo para muitos, embora eu não tenha conseguido chegar a tanto. Esta minha incapacidade para ver o belo no negro, acaba por dar conta também do modo como nunca aceitei esta história como um romance de amor limite, na lógica de um Romeu e Julieta, como muitos a veem. A minha leitura de “O Monte dos Vendavais” leva-me mais até à discussão da essência do ser humano, da sua condição e dos efeitos do tempo sobre essa condição. O amor até pode ser aqui motor, mas é em certa medida apenas um meio para atingir o que se pretende. Ao contrário de algumas análises que dão conta de uma ausência de moral no livro, cingindo-se a demonstrar a força do amor, eu vejo aqui a moral, em todo seu esplendor, na força da expressão humana e na sua capacidade de redenção. Aliás, considero este aspecto tão saliente, ao ponto de acreditar que Brontë desenhou toda a obra para aí chegar, contribuindo assim para uma inovação radical da estética do romance. (Dou conta disso no próximo parágrafo, mas terei de abrir um pouco o jogo sobre a história, fica o aviso para quem ainda não leu.) A história começa com três crianças, e termina com três adultos, filhos dessas crianças. Uma das crianças tendo sido vítima de discriminação e agressão psicológica por parte das outras duas, acaba por desaparecer, para ressurgir mais tarde recomposta, mas desejosa de vingança, não apenas sobre os seus agressores, mas também sobre os sucessores destes. Tendo dominado por completo os seus agressores, e famílias, o vingador cai em si dando-se conta do vazio de toda a sua acção. A história termina tal como começou, ainda que os sobreviventes sejam os filhos, mas o círculo completa-se, como se no monte, o Monte dos Vendavais, o vento, ou melhor o tempo, tudo tivesse levado. Ou seja, o mais genial da obra de Brontë acaba por se dar no modo como ela interconecta a história e o discurso, em que o linear dá lugar ao circular, explicando o sentimento que alguns sentiram com a falta de fechamento moral, pela ausência de um fim de linha de eventos. Brontë não se limita a contar uma história, cria, manipulando toda a estrutura conhecida do romance, moldando-a em favor dos seus objectivos expressivos. Do meu lado, chegado ao final da discussão vertida neste texto, vejo as minhas dúvidas erradicadas, e assumo a minha admiração por Emily Brontë. Também no blog: http://virtual-illusion.blogspot.pt/2...

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Leonor Morais@leonor_morais
3 stars
Aug 11, 2022
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Rita Maia Costa@rmaiac
3 stars
Oct 14, 2021
+1
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Micaela Rangel@mreads2much
5 stars
Jan 8, 2024
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Miguel Ângelo Queirós @zerovski
3 stars
Mar 27, 2023
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Margarida @margarida_f
3 stars
Feb 6, 2023
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Inês Cachola@inesbc
4 stars
Dec 29, 2022
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Sofia Sobral@sofiasobral
2 stars
Dec 28, 2022
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Pedro Assis Cadavez@pedrocadavez
5 stars
Aug 16, 2022
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4 stars
Aug 12, 2022
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4 stars
Jan 26, 2022
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5 stars
Nov 20, 2021
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4 stars
Nov 16, 2021
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5 stars
Nov 15, 2021
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4 stars
Nov 13, 2021
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3 stars
Oct 18, 2021
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4 stars
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